Carta para mim (de uma gêmea para outra)

Oi pequena. Tudo bem? Estou perguntando só por protocolo porque eu sei que não está.
Eu sei tudo o que você está enfrentando, afinal, estou dentro de você. Sei que a barra está pesada e que você quase não está conseguindo suportar. Que está destruída, sem sonhos, sem metas, se sentindo totalmente abandonada e traída...  e isso tem doído mais do que qualquer outra dor que você já tenha sentido nessa vida. A vontade de desistir está grande mas me escuta porque eu te conheço, no seu intimo... Não desista. Isso nunca foi do seu feitio. A mulher que você se tornou é incrível,  uma fênix. Sempre que é reduzida as cinzas renasce mais forte e mais bonita. Confesso que eu a invejo todas as vezes que me esqueço que você também sou eu.
Também sei que você está com medo de amar de novo e passar por tudo mais uma vez e que acha que seus sonhos se foram. Mas eles estão aí, em algum lugar, dentro do seu coração. Não posso te garantir que você vai encontrar outro amor como o dele mas sei que será feliz. De alguma forma. Não sei se terá filhos, se vai casar, se vai ser bem sucedida na carreira... mas o que eu certamente sei é que você encontrará um jeito de voltar a se sentir feliz, completa e plena. A plenitude faz parte da sua essência e não serão adversidades da vida que vão tirar essa característica de você. Isso é quem você é e nada nem ninguém pode te roubar isso.
Se você soubesse o tamanho da luz que emite, não se permitiria ficar tão triste. Sua luz atraí quem vive na escuridão, fazendo com que a tristeza deles te faça ainda mais triste. Não permita isso. Você nasceu para iluminar essas almas e não para absorver a escuridão delas.
Siga lutando por você. Ainda mais agora, que só há você - e eu, que também sou você - guerreando por nós. Sozinha eu tento, mas não consigo. Preciso da sua força... trabalhar a 50% é cansativo e inútil. Seguiremos dividindo o mesmo corpo até a morte e - apesar das diferenças - seguiremos cuidando uma da outra, nesse amor e empatia que construímos ao longo desses 21 anos. Me doí muito te ver assim e me desgasta segurar sua onda mas jamais te deixarei no chão. Afinal, sem você eu não existo... e essa é a relação mais fiel que já vi nessa nossa tão louca vida.
Fica bem. Você estando bem, eu também fico bem.

Antes que o haja houvesse, Ele já era Deus...

Janeiro, 2014. Uma semana que mudou completamente o que há 18 anos eu vinha fazendo errado.
Surra de coração, cura de feridas profundas e de dificílima cicatrização. A tão desejada cura de uma depressão que vinha sendo arrastada por anos. O enfim encontro com o grande Amor da minha vida.

Fui ludibriada e enganada a ir em um retiro de Igreja com a certa desculpa de que seria um acampamento em um sítio ótimo com cachoeira, piscina e inúmeros jeitos diferentes de se divertir. Ansiosa, fiz as malas, o depósito na conta da Comunidade e esperei ardentemente pela semana que seria a mais legal das minhas férias. Pura ilusão... mal sabia que relembraria as piores dores da minha vida durante uma semana confinada em um lugar sem nenhuma comunicação com o mundo.

Cachoeira de Macacu me parecia o destino ideal para curtição. O caminho até lá foi incrível... até a hora que meu celular começou a perder o sinal aos poucos e eu descobrir que, chegando lá, teríamos horários curtos para aproveitar o local e assistiríamos missa todos os dias, juntamente com a Adoração ao Santíssimo. Desespero foi o único sentimento do momento. Logo após, fui invadida por profunda raiva. Afinal, quem iria "perder" 1 semana das férias orando por algo que eu nem sabia se era real?!

Acho que passei o 1º dia todo com a cara feia e fechada para novas experiências. Queria ir embora daquele lugar correndo mas nem tinha como ligar para casa pra pedir isso... Então, o que fazer para tornar a próxima semana menos desesperadora e mais proveitosa? A única opção era acreditar que dali poderia nascer uma nova mulher. Mesmo com muito arrependimento pelo dinheiro gasto, tomei a decisão de passar pela efusão do Espírito Santo no dia seguinte e ali, meu caro, começou a real experiência de amor com meu Amado.

Na primeira efusão que passei, o postulante disse que minha vida se assemelhava a vida de Maria Madalena, a mulher pecadora que Deus transformou expulsando seus demônios e que, em gratidão eterna, se unge nos pés Dele e o segue até o fim de sua vida. Ele dizia que minha vida seria transformada naquela semana mas que a violência que meu coração sofreria iria ser tremenda. Que meus medos seriam externados, que minhas dores seriam trazidas a tona mas que eu aguentaria e seria outra mulher ao sair dali. E eu, chorona do jeito que sou, chorei. Aceitei para a minha vida aquelas palavras. Acreditei. Orei. Pedi a Deus para que fosse feita a Sua vontade e que se fosse necessário, Ele poderia estremecer as terras da minha vida para me reerguer como uma fênix. Moldada à Sua forma, sendo completamente Dele e para Ele.

No 3º dia, desejei profundamente passar pelo reconciliamento formal com meu Senhor. Durante a confissão, o padre disse coisas sobre a minha vida que nem eu mesma admitia. Expôs minhas feridas e mexeu muito profundo em cada uma delas. Sucumbi a um choro que me deixava sem ar, tremia de forma inexplicável, arrepiada da cabeça aos pés. Ali soube que Deus estava presente e que conhecia minhas dores. Tive certeza que Ele sofria comigo e não havia me desamparado em nenhum momento... senti Suas mãos segurando minha vida, esperando pelo meu sim para que Ele pudesse agir na minha vida e transformá-la. Aceitei. Me rendi. Apoiei minha cabeça em seu colo e descansei. Soube que Ele cuidaria de tudo dali para a frente.

O choro permaneceu por todo o dia. Senti os pulmões abrirem e as âncoras que pesavam meu coração se partirem como se fossem galhos secos de uma árvore qualquer. Depois do meu aceite, Deus entrou em meu coração e varreu tudo de ruim que tinha feito morada em mim por anos de forma que eu nunca saberei expressar em palavras ou ações. A sensação de pisar em nuvens era constante, as correntes da minha alma tinham sido quebradas por completo. Mas Ele tinha mais para me mostrar. Era só o começo.

Passei pela segunda efusão. Achei que meu coração já estava em processo de cura mas havia mais. Mágoas que eu achava que não tinha mas que estavam lá. E essa efusão foi a mais marcante.
Fechei meus olhos e só sabia dizer "Senhor, eu me rendo para conhecer-te mais". Ele me ouviu e se mostrou disposto a querer me conhecer também. Senti o postulante encostar em meu ombro e antes dele tentar falar algo, Deus inundou o seu coração e o fez chorar. Deus usou a boca dele para dizer as palavras que Ele precisava gritar a minha alma de forma concreta. As palavras eram poucas mas com infinito sentimento. Ele repetia em meio a um choro tão profundo que suas palavras se faziam confusas:"Eu sei da sua dor. Eu sei o quanto dói. Eu sei o quanto dói porque dói em mim também. Me deixa te ajudar". Minhas pernas não suportaram o poder daquelas frases. Caí de joelhos em meio a um choro que vinha da minha alma dilacerada e junto comigo, Ele também caiu. Nos abraçamos e permanecemos ali. Eu, desfrutando daquele abraço que me protegia do mundo e Ele, absorvendo minha dor para que pudesse lidar com toda a confusão do meu coração sozinho. Acho que nunca saberei o preço dos pecados e decepções que meu Amado retirou de mim naquele momento. Naquele dia, sepultei a mulher infeliz e incompleta que vivia em mim e dei espaço para que O Homem dos Homens me preenchesse e me completasse. Foi consumado o amor Dele por mim. Ali, Ele me mostrou que era louco por mim e eu me descobri louca por Ele também. Desejei com todas minhas forças viver aquele momento para o resto da minha vida. E assim vivo, até hoje. Graças a Deus.

Os outros dias transcorreram bem. O Seminário de Vida no Espírito Santo confirmou verdades em meu viver e me mostrou que depois da tempestade sempre vem a calmaria. E que dentro do meu barco está Jesus agindo na direção e velocidade da minha navegação porque Ele sabe de tudo SEMPRE. Quantos momentos reclamei achando que o Senhor tinha retirado pessoas da minha vida, me privado de certas experiências mundanas ou não tinha ouvido minhas orações. Que tolice minha. Tudo era livramento e lição. Sua mão poderosa me sustentou por toda vida e eu, ingrata, sempre o questionei.

Enfim, no último dia, passei pela última efusão. Essa somente com confirmações vindas do Alto e instruções do Espírito Santo sobre quais caminhos eu deveria tomar dali por diante. Durante a oração, eu era só sorrisos. Era nítido a minha paz e minha completude. Qualquer pessoa a 10km de mim veria que ali eu era a pessoa mais feliz da face da Terra. Com palavras simples mas muito marcantes, a postulante me disse tudo que eu queria ouvir: "Você é uma grande cidade coberta por um grande lençol; você é uma grande mulher coberta pela graça de Deus. Sua missão não é só salvar vidas, mas também salvar almas". Todo o meu universo se formou no falar de Deus a partir daquele minuto. Naquele momento já sabia para onde ir, o que fazer e quem eu era. Já sabia qual era o Seu propósito em minha vida. Seu plano de vida para mim era tão perfeito que nem em mil anos, eu conseguiria imaginar aquilo.

Saí daquele salão certa de que o Senhor tinha me curado completamente. Mais do que remendar meu coração, Ele havia me dado um totalmente novo. E que aquele sim era blindado pelo Seu amor. Ele tirou todas as marcas da minha alma e me preparou dias de aperfeiçoamento em Sua graça que marcaram minha vida para sempre. Cada momento vivido ali ficou guardado com um carinho imensurável em meu coração. Todas as pessoas que conheci, a convivência pacifica naquele lugar, a energia positiva, a natureza incrível que nos rondava... tudo. Lembro-me de cada detalhe daquela semana como se tivesse vivido-a ontem. Olho na face do homem que amo e permaneço em Sua presença da mesma forma que estive há quase 3 anos atrás. Enquanto escrevo isso, experimento novamente da doçura que é pertencer ao Senhor.
Se acredita ou duvida, ninguém explica Deus. Só conhecendo para sentir. Relação individual e intíma, essa é forma tão pessoal Dele lidar com cada um de nós.

Não sei, sou suspeita para falar... mas essa é a minha história favorita de Amor.
O melhor dela é que foi vivida, sentida e é relembrada todos os dias por mim, com toda gratidão e carinho que houver nesse mundo.
Acho que se fosse idealizada por mim não teria sido tão magnífica, mas Ele, o Mestre dos Mestres, idealizou ela da melhor forma que podia ter acontecido.

Cantemos Aleluia, o Cordeiro venceu em mim ♥

Uma mensagem. Um romance proibido. Um furacão. 

Como pode entrar alguém na vida da outra e fazer tamanha bagunça?

Mexer com a mente, o coração, o corpo...

Mudar todas as certezas,

Quebrar todas as regras,

Tornar todos os sentimentos instáveis...

Até que ponto amor e ódio caminham juntos? 

Afinal, o amor machuca? 

Se sim, não deveria. 

Brigar é sinal de amor? Porquê? 

Não é certo que seja assim. 

Porque não foi fiel com o que você sentia?

Ou dizia sentir...

Se é verdadeiro, porque não foi até o fim? 

Se era amor, porque desistir?

Você desistiu...

Eu sinto sua falta.

Ou por vezes sinto falta somente do que você foi. 

Você ainda é? 

Faz tanto tempo que pouco me lembro. 

As últimas lembranças não são tão boas.

Manipulador, grosseiro, indiferente. 

Ofensas trocadas, corações machucados

Dilacerados.

As pessoas vêem sentimento. 

Eu vejo dor. 

Será que todas elas assimilam o sofrimento ao amor?

Amor não doí

Não em almas livres. 

Por vezes perdi o foco

O chão

O ar.

Pedi para que você sumir

Você fez questão de ignorar

Ou tentar me ludibriar

Porque tanta tortura? 

É injusto jogar assim. 

Odeio te amar

Amo te odiar

Para sempre será assim? 

Só o tempo irá ditar.

Que espera dolorida é essa tua partida...

Silenciosa,

Orgulhosa. 

No answers.

Porque as pessoas mais fortes são as que mais precisam de carinho e atenção? Porque as pessoas que mais ajudam o seu próximo são as que mais precisam de ajuda? Porque as pessoas tem que morrer? Porque nós nunca somos avisados sobre isso antecipadamente? A morte é realmente necessária? Sofrer é preciso? Porque ser magoado, pisado e ignorado pelos outros doí tanto? Porque cada vez que alguém nos machuca, a tendência é a vingança, por mais que às vezes não queiramos isso? Porque o amor é uma batalha constante, entre você e suas atitudes que precisam ser mudadas? Porque o caminho do mal é sempre mais tentador do que o caminho do bem? Porque caímos nessas tentações e nos sentimos completos (nem que essa felicidade seja passageira)? Porque há tantas pessoas cruéis no mundo?  Será que há vida após a morte? Para onde vamos quando morremos e porque vamos para esse lugar (caso exista um lugar)? E se não houver um lugar, o que acontece quando acaba a vida terrena? É só isso? Morremos e acabou? Ou ficamos vagando por aí, sem rumo e sofrendo? Existem um céu? Onde ele fica? Como chegamos até lá? Quanto tempo permanecemos por lá? Quando morrermos, vamos manter nossas memórias da vida terrena? Vamos encontrar quem amamos e reconhece-las? Vamos poder viver amores inacabados? Vamos ganhar asas e viver num outro corpo celeste?

Um assunto sem resolução

Todo mundo que escuta falar de depressão, acha que é frescura. E para falar a verdade, até eu achava isso até sentir na pele o que é perder a vontade de viver aos poucos. 

De uns tempos para cá, depois de muitas coisas ruins acumuladas, comecei a escutar frases do tipo "Nossa, você tá bem? Está com uma cara de poucos amigos hein" ou "Você anda diferente, tão abatida"... Mal as pessoas sabiam o que eu estava passando escutando aquelas coisas. 

Enfim. Não costumo comentar sobre minhas fraquezas com ninguém justamente por todos acharem que para sair de uma depressão basta querer. E é por esses pensamentos sem fundamento que muitas pessoas chegam aos extremos. 

Acho que tudo começou há muito tempo atrás, na minha infância ainda, com todo o "regime militar" que era imposto dentro da minha própria casa. Escutei tantas ofensas e palavras ruins vindas da minha mãe, que me arrisco a dizer que ela é uma das pessoas que mais me magoou até agora (apesar de amá-la muito). Mas fui guardando e ignorando, apesar de estar muito ferida por dentro. E as consequências disso tudo foram aparecendo aos poucos: o medo de me relacionar com as pessoas, a carência emocional, a agressividade (sempre justificada como se fosse herança genética do meu pai; a culpa de tudo era sempre dele), dentre outras coisas que foram surgindo com o tempo. 

Passada a minha infância, começaram os problemas comuns de adolescência: amores não correspondidos, brigas entre amigos e, o pior de tudo, a constante briga entre mim e eu mesma para ver se eu conseguia descobrir quem eu era de verdade. Mas quem derá que só esses tivessem sido os meus problemas. Eu sofri bullying durante anos e também engoli muitas ofensas por causa disso. Aguentei calada, até o momento em que me vi na mesma situação que me vejo agora: a ponto de fazer uma loucura com a minha própria vida e com a vida de pessoas inocentes a minha volta. Fui escutada e amada por uma anja (minha antiga psicóloga, Sandra) durante aproximadamente 2 anos, que me estimulou a retomar as rédeas da minha vida e me devolveu a vontade de ver a vida de outra maneira...

Pois bem... durante os últimos anos, vim passando por outros tipos de problemas (um pouco mais sérios), mas também vim me mantendo forte. A vida me tirou um avô maravilhoso, um tio muito querido, amigos muito importantes e com a vida inteira pela frente e um alguém que nunca pensei que fosse amar tanto nessa vida. Quase perdi meu pai, vi minha família enfraquecer diante a obstáculos dolorosos. Amigos me viraram as costas no momento em que mais precisei e isso nunca me machucou tanto... perdi a minha autoconfiança e hoje me sinto dependente de pessoas para vivcr. 

Tenho medo da perda, tenho medo da solidão, tenho medo de enlouquecer -se é que já não estou enlouquecendo - e tenho medo de me transformar em um monstro maior do que sou hoje. Tenho medo de perder o controle de mim e fazer algo que no fundo, eu não quero. 

Mas entre tantos medos que ganhei ultimamente, me vejo forte quando penso na minha morte. Não tenho medo da morte. Muito pelo contrário! Às vezes penso que essa é a única solução para a dor que eu sinto. Às vezes peço a Deus que me leve para que eu possa descansar em paz e deixe de sentir essa agonia, que dói mais do que qualquer dor física que eu já senti. 

Perco o sono de madrugada com o choro me sufocando, choro escondido para que as pessoas não sintam pena de mim, seguro as lágrimas para parecer forte, machuco as pessoas antes que elas me machuquem, vou embora antes de apegar. E tomo essas atitudes para não me magoar mais ou magoar os outros, só que ninguém entende. Ninguém nunca vai entender que não sou assim porque quero, mas porque sou condicionada para isso, feito um robô.

A verdade é que sou feita para fugir... fugir de sentimentos, de atitudes, de reações, de ações. Sou feita para viver sozinha, porque só tenho defeitos. Defeitos que as pessoas jogam em minha cara o tempo inteiro. Sou egoísta, preconceituosa, imprestável, grossa, relaxada, infantil, insensível, manipuladora... se falasse todos os defeitos aqui, ficaria horas a fio só nisso. E como alguém desse jeito pode viver no meio dos outros? Como que alguém desse jeito pode se relacionar e ser feliz? Isso é impossível!

Hoje só tenho vontade de sumir... ir para algum lugar longe de tudo e todos, para colocar meu pensamento no lugar, se é que isso é cabível. Vontade de me sentir dona de mim mesmo de novo! Dona das minhas verdades, dos meus sentimentos e atitudes, sem medo de ser feliz! Sem medo de nada nem ninguém... principalmente, sem medo de mim.

E o que eu sinto por você, não vai passar...

     Eu sei que nosso primeiro beijo e o nosso reencontro não tem tanto tempo assim. São só 10 meses, eu sei... mas não existem palavras para descrever como esses longos e torturantes 10 meses tem sido para mim. (Acho que você, mais do que ninguém, conhece meu coração e meus sentimentos, afinal, quem tem caminhado comigo dia e noite, escutado as minhas orações e os meus choros - que muitas vezes ficam engasgados - e tentado me consolar apesar da distância incalculável?)
   Também sei que muitas vezes sou egoísta e me pego fazendo perguntas que no fundo, não deveria fazer. Porque você, que estava me fazendo tão feliz? Porque logo agora, que a gente estava se acertando e curtindo tanta coisa boa juntos? Porque naquele dia, que era o dia que você mais gostava do ano?  Logo no dia em que você tinha suas manias e as suas orações ao seu tão amado São Jorge... Logo no dia em que eu acordei pensando em você.
      Às vezes, durmo pensando naquele dia, que mudou o meu jeito de pensar e ser. Muitas das vezes, desde então, tenho dormido pensando em ti. E você sabe disso, não sabe? E fico tão em paz, quando sonho com você. De tanto que nós conversamos - eu, falando a beça, e você, só me escutando - você acabou aparecendo para mim, em um sonho tão lindo. Nós dois na chuva, você com aquele sorriso lindo que ninguém mais tem, eu envolvida naquele abraço que só você sabia dar, os olhares que diziam mais do que qualquer palavra inventada nesse mundo e as poucas frases trocadas entre a gente: "Eu sinto tanto a sua falta, eu te amo tanto, mas tanto.. Acho que você nem consegue imaginar o quanto" E você, com aquela voz serena, me respondia que estava tudo bem e que você estava bem. Sei que você não tem permissão para falar muito porque agora estamos em planos espirituais diferentes, mas eu precisava tanto te escutar mais, te sentir mais...
      E falando em te sentir mais, o que que eu faço com todas as coisas, lugares e lembranças suas que estão marcadas na minha vida?  O que eu faço com aquele vestido dourado que eu só usava quando estava contigo e você sempre dizia o quanto eu estava linda com ele, com aquela cama em Paquetá em que dormimos tanto tempo juntos, com os nossos afilhados e sobrinhos que te chamam e sentem tua falta mesmo tão pequenininhos, com todas as mensagens de amor que eu não consigo apagar até hoje, com todos os lugares em que nós nos beijamos e ficamos juntos, com todas as músicas que você cantava baixinho no meu ouvido e com todas as vezes que você disse que me amava e a gente acabava brigando? Tudo me faz lembrar você, tudo faz querer você de volta, de um jeito que eu nunca quis alguém. E por mais que eu tente controlar, eu não consigo.
     Eu juro que tento ser forte e você vê o meu esforço para me levantar e lutar pela a minha vida, que por algum motivo, ainda continua. Tento ser forte por mim, por você, pelos nossos afilhados - que precisam de mim, de alguma forma - , mas, principalmente, por essa ligação tão forte que nós mantemos, mesmo tão longe, e que eu preciso eternizar de alguma forma. Enfim. Preciso eternizar esse amor mutável e insano, que se transformou tão de repente... passou rapidamente de um amor entre primos queridos para o amor de uma mulher frágil - que por um amor verdadeiro, se viu forte - por um homem maravilhoso e encantador, que você é, sempre foi e sempre será, mesmo com todos os seus defeitos.
     Você fez com que eu me descobrisse de um jeito que eu nem desconfiaria que poderia ser e você me fez tão feliz desse jeito. Com todas as tuas piadas, as nossas conversas, o nosso jeito diferente de ver o mundo, você me fez tão feliz... tão completa. Porém, apesar de tudo que vem acontecendo de ruim em minha vida, de todas as perdas e problemas, eu tento me lembrar dessa menina mulher que você descobriu e você aflorou em mim para me fazer inabalável para novas batalhas que eu sei que estão por vir. E que, se por acaso eu vencer, vai ser por você e para você.
     Obrigado por me mostrar que a vida é feita de batalhas e que é de batalha em batalha que se vence uma guerra. Obrigado por me mostrar que guardar rancor das pessoas não nos leva a lugar nenhum. Obrigado por me mostrar que ter poder não é nada nessa vida e que com amor, carinho e apoio, não há nada nessa vida que não dê para ser superado. Obrigado por você me mostrar o seu lado sensível - que tão pouca gente conhecia - e o seu lado cavalheiro, que fazia de tudo ao seu alcance por mim, nem que fosse só pra me fazer rir. Obrigado pelos beijos incríveis e pelas noites em que eu acordava de madrugada e me deparava com você me olhando e dizendo: "Solta o cabelo.. Você é tão linda dormindo que eu nem consigo dormir". Mas, principalmente, obrigado pelas dores de cabeças, pelos choros de madrugada, pelas brigas e pelas preocupações! Você me ensinou que sou humana, que posso amar tanto quanto qualquer outra mulher do mundo e que esse amor, que todo mundo fala e faz poemas, não é só um laço. Ele também vira nó quando duas pessoas passam por dificuldades e problemas... Mas se for amor de verdade, ele volta a ser lindo e volta a ser laço toda vez que esse problemas acabam.
     Agradeça a Deus por mim por esses 5 meses de uma linda relação que ele nos proporcionou e pela força que Ele tem me mandando todos os dias quando acordo e tenho vontade de morrer só para estar contigo, já que os problemas por aqui tem tomado uma proporção alarmante e tudo tem me machucado tanto. Não esqueça também de pedir desculpas a Ele por todas as vezes que eu questionei as Suas decisões. Sei que Ele tinha um propósito em sua vida, na vida da nossa família e na minha vida, que talvez eu não entenda agora, mas talvez com o tempo, eu venha a entender.
    Fico grata por você ter deixado um pedaço de você comigo e ter levado um pedaço de mim contigo. Uma vez ou outra, esse pedaço de mim faz muita falta... mas quando penso que nosso amor vai se completar na eternidade, tenho certeza de que tudo vai dar certo.

"Talvez não seja nessa vida ainda
Mas você ainda vai ser a minha vida
E uma abelinha vai fazer o mel
Estrela Dalva vai cruzar no céu
E o vento certo vai soprar no mar
Pode crer, que tudo vai dar certo

Sou Pescador, sonhador
Vou dizer pra Deus nosso senhor
Que tu és o amor da minha vida
Pois não dá pra viver nessa vida morrendo de amor

Você acredita em uma outra vida, só nós dois?
Pode crer, que tudo vai dar certo.."

(Ao meu eterno amigo, primo e companheiro. Um pequeno desabafo, mas também uma pequena  homenagem para o meu eterno amor.)

        Depois de tanto tempo sem usar isso aqui, chego a uma nova fase da minha vida que só preciso de alguém que realmente me entenda. E existe alguém melhor do que eu mesma ou o meu blog, que nunca brigou comigo e nunca me questionou sobre absolutamente nada?
       Enfim. Era hora de voltar a falar, voltar a me expressar e voltar a me sentir de novo. Aliás, faz tempo que eu não me sinto dona dos meus próprios sentimentos, ações e reações. Acho que nem me reconheço mais. 
        E são tantos assuntos, tantas coisas sobre mim... tanta coisa ruim acontecendo na minha vida que acho que até o meu intuito de "ter um blog" mudou.
        Antigamente, eu queria um blog que apenas me escutasse, soubesse como foi meu dia e que as pessoas o adorassem e tivessem vontade de ler e ler sem parar. E hoje em dia, eu acho que quero um blog só meu, que entenda as profundezas dos meus sentimentos e pensamentos, de um jeito que eu sei que ninguém mais vai entender.
       Espero que isso alivie - porque eu sei que não vai passar - tudo o que ando sentindo. Todas as agonias, arrependimentos, saudades e tristezas. Ou quem sabe, com essa atitude, a vida acabe colorindo! Nunca se sabe...